A aceleração do ritmo das mudanças, característica dos tempos modernos e em contraste com os séculos anteriores de interminável reiteração e letárgica mudança, permitiu que as pessoas observassem e tivessem a experiência pessoal de que as coisas mudam, que, já não são como costumavam ser, no decorrer de uma única existência humana.
As diferenças de opinião e de percepção já assumiram tantas facetas que, ao contrário do que se passava nos tempos pré-modernos, os jovens não são mais vistos pelas velhas gerações como seres ainda em amadurecimento, mas jovens com uma educação diferente, e assim, permanecerão com hábitos e uma forma de convivência social e afetiva bem diferente das gerações anteriores.
A consequência disso é que jovens e idosos tendem a se perceber mutuamente com um misto de incompreensão e mal-entendido. Os mais experientes temem que os recém-chegados ao mundo acabem estragando e destruindo a “normalidade” que conhecem e lhes parece confortável, os mais jovens, ao contrário, têm uma enorme urgência de consertar o que os mais experientes estragaram.
Desta forma, o sonhado estado de felicidade plena, otimismo e confiança que os jovens pensam ser o estado natural do mundo, dessa atual geração e gerações futuras poderá não durar muito tempo. Problemas econômicos, desemprego prolongado, mudança de profissões com o surgimento de novas demandas, crescimento acelerado de novas tecnologias e robotização dos serviços antes preenchidos por mão de obra humana, e ainda, as transformações do planeta, em consequências das desastrosas destruições do meio ambiente e o aquecimento global, ameaçam a vida das futuras gerações.
Assim, ainda é muito cedo para determinar se as atitudes e visões de mundo que impregnam as novas gerações acabarão se ajustando ao mundo que está por vir, nem como esse mundo se ajustará às suas expectativas mais profundas.